segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

O DOM QUIXOTE EM CRISTO

Cristo é quixotesco, é uma subsunção da ficção de Cervantes, no Dom Quixote de La Mancha, que representa Cristo no cavaleiro andante e idealista e Sancho Pança na Igreja gorda e glutona e em seu discípulos, aos quais, como o Quixote, Jesus chama sempre a atenção para o mundo espiritual (idealismo), porquanto eles, os discípulos, tal qual Sancho Pança, somente pensam no reino que ganharão e quem deles será o primeiro ( o rei, em outras palavras), bem como em comida.
Aliás, o messianismo judaico é um quixotesco, haja vista os textos do profeta Isaías, nos quais está assentado o messianismo judaico. Isaías fala de um tempo ( o tempo do Senhor ou, como ele diz, " o dia do Senhor") em que o lobo será amigo do cordeiro e a criança de colo colocará a mão na toca da serpente e do basilisco e não será picada. O predador será companheiro da presa, ou seja, no dia em que acabar o reino da natureza com suas leis férreas e imutáveis e começar um reino do sobrenatural, irreal e sempre mental ( metafísico, ideal). O desiderato utópico do messianismo judaico é a paz mundial.
O messianismo também ganhou vida em Portugal, no tempo em que o rei Sebastião, um jovem fraco e enfermiço, desapareceu ( provavelmente morreu) numa guerra insana, da qual aquele rei jovem e simplório acreditava sair vitorioso ( saiu morto). Essa morte do rei português Dom Sebastião, jovem crédulo e estúpido, fez nascer o sebastianismo em Portugal e mesmo no Brasil. As pessoas crédulas do povo construíram uma lenda, na qual se dizia que o rei não morrera, mas desaparecera e que a qualquer momento voltaria, tal qual a segunda vinda do cristo, que anima os cristão, principalmente os primeiros cristão, que esperavam a vinda de Cristo antes da morte dos apóstolos.
Não obstante, o messianismo cristão, arrastou essa lenda por milênios e desde a Idade Média se transformou numa empresa poderosa e lucrativa, que é a igreja ( hoje as Igrejas messiânicas e evangélicas levam milhões de miseráveis, os derrotados, a mentirem para si e para o mundo, enquanto a empresa dos pastores fica cada vez mais rica e o povo cada vez mais pobre e tolo).
O quixotesco, em Cristo, quiçá nem autor de Dom Quixote, Cervantes, tenha percebido, porquanto sua sátira é generalizada, marca o cristianismo, encaixa como subsunção no cristianismo, que é o fato dessa subsunção que, provavelmente, não tenha sequer sido percebido pelo próprio Cervantes ou se o fez, ninguém teve a perspicácia ainda para desvelar o quixotesco na figura de Cristo , pois nossa linha de pensamento nunca é solitárias, mas sempre presa à corrente da mediocridade que assola o ser humano comum educado para obedecer humildemente àqueles que são donos do mundo e das verdades que eles constroem e fazem obedecer como leis imutáveis. De mais a mais a barreira religiosa faz todos os olhares se desviarem dessa comparação, algo cruel.
A cultura é sempre colocado nos termos daquela narrativa cujo objeto é "A Roupa Invisível do rei": quem ousar não ver a "roupa invisível do rei" levará o epíteto de tolo, de pessoa não inteligente : o que todos temem, ninguém quer isso, principalmente aqueles que se sabem tolos; ara esses a afronta é maior, porque sabem que são papalvos.

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