Meu corpo é uma ilha /onde nadei até a praia alva areia /
deixando o navio que soçobrou /
(meu "Titanic" dos mares verdes violinistas /
oceano Atlântico onde o violinista verde se derrete na cor das águas /
o violinista verdes mares na solução de clorofila ) /

Meu corpo é oceano Pacífico entre as Nuvens de Magalhães /
e céu azul celeste do violinista azul celeste /
tocando meu telhado escrito em versos por Garcia Lorca /
o poeta Garcia Lorca de Espanha /
que nasceu na minha terra de poesia /
na poeira de terra industrializada pela natureza em ervas /
tocada em ritmo dissoluto pelo Violinista Verde /
pelo violinista verde absoluto ao som da clorofila /
no ritmo dissoluto do poeta Manuel Bandeira /

Meu corpo é uma ilha /
onde o sonho me separa do mundo /
em águas de um verde-ervas abertas em asas de procelárias /
que mesmo se eu nadasse anos a fio /nunca chegaria náufrago na ilha da amada /
pois entre nós há uma barreira intransponível de águas verdes /
um mar oceano nos olhos verdes onde vou naufragar /